quinta-feira, 13 de junho de 2013

O que esperar da Bahiana no dia 16?

Claro que não sei o que vai cair, mas nós somos seguidores de Milton  Santos e sabemos que com Clarividência é possível prever o futuro.
Por exemplo:
O tema de  redação da Unimontes trazia recortes sobre a Boate Kiss e  "Voilà"....a  prova da Unb também e inclusive o tema de redação era relacionado.
Então, não se esqueça:
Essas provas foram feitas no mesmo tempo, logo....
 Vai fazer PUC- Minas, FUNORTE, Bahiana?

Dê uma olhada na prova da UnB e UERJ....Se conseguir conversar com quem fez a Unimontes vale também....

Aqui está a prova da UnB com gabarito....

http://www.cespe.unb.br/vestibular/vestunb_13_2/arquivos/2VEST_002_01.pdf

http://www.cespe.unb.br/vestibular/vestunb_13_2/arquivos/2VEST_001_01.pdf

Uma Estória de Amor - Guimarães Rosa - FUNORTE

Foi no meio duma noite, indo para a madrugada, todos estavam dormindo. Mas cada um sentiu, de repente, no coração, o estalo do silenciozinho que ele fez, a pontuda falta da toada, do barulhinho. Acordaram, se falaram. Até as crianças. Até os cachorros latiram. Aí, todos se levantaram, caçaram o quintal, saíram com luz, para espiar o que não havia. Foram pela porta da cozinha. Manuelzão adiante, os cachorros sempre latindo. – Ele perdeu o chio... Triste duma certeza: cada vez mais fundo, mais longe nos silêncios, ele tinha ido s’embora, o riachinho de todos. Chegado na beirada, Manuelzão entrou, ainda molhou os pés, no fresco lameal. Manuelzão, segurando a tocha de cera de carnaúba, o peito batendo com um estranhado diferente, ele se debruçou e esclareceu. Ainda viu o derradeiro fiapo d’água escorrer, estilar, cair degrau de altura de palco a derradeira gota, o bilbo. E o que a tocha na mão de Manuelzão mais alumiou: que todos tremiam mágoa nos olhos. Ainda esperaram ali, sem sensatez; por fim se avistou a estrela d’alva. O riacho soluço se estancara, sem resto e talvez para sempre. Secara-se a lagrimal, sua boquinha serrana. Era como se um menino sozinho tivesse morrido. 
Guimarães Rosa, em “Uma estória de amor”
Sobre o autor...
Segundo o próprio Guimarães; “ nasci no ano de 1908, você já sabe. Você não deveria me pedir mais dados numéricos. Minha biografia, sobretudo minha biografia literária, não deveria ser crucificada em anos. As aventuras não têm princípio nem fim. E meus livros são aventuras; para mim são minha maior aventura”.
É importante lembrar também sua genialidade no estudo das línguas começou a aprender a primeira sozinho aos 7 anos e depois dominou muito bem a sua além do  alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto e  um pouco de russo; ainda  aventurava-se pelo sueco, holandês, latim e grego. Esse conhecimento de outras línguas e do funcionamento de suas gramáticas foi um dos instrumentos que garantiu ao Guimarães um grande conhecimento de nosso próprio idioma.
Formou-se em medicina e exerceu pouco a profissão trocando-a pela carreira de diplomacia quando foi considerado um herói pelos judeus por  proteger e facilitar a fuga de  perseguidos pelo Nazismo. Por isso foi homenageado em Israel, em abril de 1985, com a mais alta distinção que os judeus prestam a estrangeiros. O seu nome e de sua esposa foi dado a um bosque que fica ao longo das encostas que dão acesso a Jerusalém.
Três dias antes da morte o autor decidiu, depois de quatro anos de adiamento, assumir a cadeira na Academia Brasileira de Letras. Os quatro anos de adiamento eram reflexo do medo que sentia da emoção que o momento lhe causaria. Ainda que risse do pressentimento, afirmou no discurso de posse: "...a gente morre é para provar que viveu."
O escritor faz seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras com a voz embargada.  Parece que pressentiu que algo de mal lhe aconteceria. Com efeito, três dias após a posse, em 19 de novembro de 1967, ele morreria subitamente em seu apartamento em Copacabana.
“Em 1967, João Guimarães Rosa seria indicado para o prêmio Nobel de Literatura. A indicação, iniciativa dos seus editores alemães, franceses e italianos, foi barrada pela morte do escritor. A obra do brasileiro havia alcançado esferas talvez até hoje desconhecidas. Quando morreu tinha 59 anos. Tinha-se dedicado à medicina, à diplomacia, e, fundamentalmente às suas crenças, descritas em sua obra literária. Fenômeno da literatura brasileira, Rosa começou a publicar aos 38 anos. O autor, com seus experimentos lingüísticos, sua técnica, seu mundo ficcional, renovou o romance brasileiro, concedendo-lhe caminhos até então inéditos. Sua obra se impôs não apenas no Brasil, mas alcançou o mundo”.

GÊNERO LITERÁRIO
A crítica não chegou a uma conclusão definitiva sobre o gênero, mas é certo que na obra a prosa pode ser aproximada da  poesia, se pensarmos no estilo poético de Rosa, repleto de aliterações, onomatopeias, ritmo  característico e trabalho sugestivo com a linguagem. Dessa forma, uma estória de Amor pode também ser cobrado pela forma da escrita do autor e não somente pela narrativa.



A história ainda traz algumas outras personagens que são citadas por terem ido à festa, mas  elas não são de maior importância para o desenvolvimento da narrativa.

TEMPO E ESPAÇO
Em Uma Estória de Amor toda a narrativa é construída às vésperas da saída de uma boiada e tem  exatamente esta duração: desde os preparativos da festa organizada por Manuelzão até sua  realização e seu término.
FOCO NARRATIVO
Tem  um narrador onisciente em terceira pessoa. Há, porém, grande  utilização do discurso indireto livre (a personagem exprime seus pensamentos e sentimentos  em meio à fala do narrador) e, portanto, os discursos de narrador e personagem confundem-se, característica do estilo roseano.
Em Uma Estória de Amor, o narrador parece falar pela boca de Manuelzão, o qual filtra não  somente a linguagem como também o ponto de vista da narração. A segunda história da obra, assim como a primeira, é conduzida sem divisão em capítulos,  tangida como uma boiada, o que faz o leitor relacionar a própria forma (disposição e linguajar  sertanejo) com o mundo das Gerais.

Outras questões  importantes
A novela “Uma estória de amor”, de Guimarães Rosa, é modelar quanto à utilização da matéria oral, popular tradicional. Guimarães Rosa deliberadamente se apropria não apenas de motivos e de estruturas do conto e do romance tradicional. Mas integra uma variedade de outras formas desse acervo à sua narrativa de maneira tão natural que, por vezes, torna-se difícil dissociar um discurso do outro.
 Em “Uma estória de amor”, intercalam-se duas estórias: a de Manuelzão, apresentada por um narrador onisciente, e a do “Boi Bonito,” transmitida pelo Velho  Camilo, que se encaixa à primeira, completando-a.
A vida de Manuelzão consiste numa estória trivial, sem grandes emoções, que reflete o  realismo da vida. Para encontrar a ilusão necessária à alimentação do espírito, ele recorre ao  espaço mágico do faz-de-conta, através da inserção de o “Romanço do Boi Bonito” à sua estória:
Para bem narrar uma viagem, quase que se tinha necessidade de inventar a devoção de uma
mentira (ROSA, 1977, 126).2
Através desse encaixe, o espaço mágico do faz-de-conta se instala e Manuelzão,  vicariamente, vai realizar-se através das aventuras, das emoções, da vitória e das honrarias do  vaqueiro do romance, que passam a ser as suas próprias.
A estória de Manuelzão esboça-se como um conto de fadas; mas, na realidade, vai ser um  anti-conto sem final feliz.

A contadora de histórias....
Valendo-se do tema central desse conto – “o do  vaqueiro que não mentia” –, Joana Xaviel narra um anti-conto popular, pois sua estrutura não se  assemelha à estrutura canônica, referendada pela tradição para esse tipo de conto. A estória  narrada distorce o tema, ao apresentar um vaqueiro que é mentiroso, contrariando o desfecho de  todo conto de exemplo – uma lição de moral. Na matriz, a coragem do vaqueiro em dizer a  verdade, independentemente do que lhe pudesse acontecer, é valorizada a ponto dele receber  como recompensa a fortuna que caberia a seu patrão pela aposta ganha. No conto narrado por  Joana, a fortuna que o casal vem a possuir decorre de atos que contrariam a moral popular. A sua  estória é anti-conto, pois o modelo canônico desse tipo de narrativa tem como final o julgamento  do ato infrator, que encerra uma lição de moral em que o Bem é sempre o triunfante. A  consciência e o domínio que o povo tem do saber tradicional, o faz reagir contra o final da  estória. A narração se acaba sem a personagem má ser punida pelos crimes que praticara:
A estória se acabava aí, de-repentemente, com o mal não tendo castigo; [...]
Todos que ouviam, estranhavam muito: estória desigual das outras, danada de  diversa. Mas essa estória estava errada, não era toda! Ah, ela tinha de ter outra  parte [...]. (p. 134)  Se a contadora não soubesse ou tivesse esquecido o final da estória, era preciso “mandar  enviados” por aí atrás do verdadeiro final, da parte mais importante: a que justamente, no nível da  estrutura, dá fecho a esse tipo de conto, quando o Bem prevalece sobre o Mal. Se o conto é de exemplo, seu final não pode deixar de conter o julgamento da malfeitora, a “Destemida”, fecho que dentro do senso de justiça do povo é o mais importante. Desse entendimento parte a reação das personagens. Caso a segunda parte não fosse encontrada, “a gente podia, carecia de nela acreditar, mesmo assim sem ouvir, sem ver, sem saber. Só essa parte é que era importante”.
(p134).
Características da escrita – MUITO IMPORTANTE....
O texto de Guimarães Rosa reproduz também, de maneira bastante fiel, a estrutura do romance de tradição oral, no tratamento dado à temática do Ciclo do Boi. Ao escolher como narrador o velho Camilo, na realidade mantém a tradição ao entregar a voz a um homem. A utilização de procedimentos mnemônicos para facilitar a memorização do texto, torna evidente a  sua procedência oral. Ainda a rima e o ritmo do verso, que a elaboração em prosa não conseguiu impedir, e a presença do bordão, na parte apresentada em verso, ajudam a memorização do texto:
Levanta-te, Boi Bonito, ó meu mano,
Com os chifres que Deus te deu!
Algum dia você já viu, ó meu mano,
Um vaqueiro como eu? (p. 190)
Guimarães Rosa também no desenrolar da estória lembra ao leitor que ele está  presenciando uma performance. Para isso intercala à estória uma série de apelos feito pelo  contador que servem para checar o canal: “Me oiçam bem?” e para chamar a atenção do  “ouvinte” para a recepção da estória: “Que todos me oiçam, que todos me oiçam: o seguinte é  este.” (p.181). Ainda há explicações várias, palavras e expressões, como recursos de apoio à  continuidade da transmissão: “A pois”, como também palavras que procuram reproduzir, através  de dêiticos, a direção a seguir: “Antão, aqui a gente se aparta. Você vai p’r’aqui, eu p’r’ ali, este p’r’ acolá’, outro pr’acoli...”(p.186)
Ou através de construções onomatopaicas imitando o trote do cavalo: “Se esparramaram em  despenque, morro a fundo, por todo o lado: qualequal, qual e qual, qual-e-qual, qual-e-qual, quale-qual, qual, qual, qual, qual, qual, qual... Sobaixo de tantas patas, a terra sotrateava.” (186)
O trabalho de recriação do romance tradicional é tão consciente que Rosa, através da prosa poética, conduz a leitura para um ritmo que reproduz a métrica e a rima desse texto da tradição  em versos septissilábicos, com uma fidelidade quase perfeita, podendo-se extrair dessa prosa  estrofes inteiras: “Nos verdes onde ele pasta, cantam muitos passarinhos. Das aguada onde bebe,  só se bebe com carinho. Muito bom vaqueiro e morto por ter ele frenteado. Tantos que chegaram  perto, tantos desaparecidos. Ele fica em pé e fala, melhor não se ter ouvido...”(p. 184)
O exagero, como procedimento estilístico, é também explorado. Recorre-se à hipérbole  visando chamar a atenção do ouvinte para determinada coisa ou acontecimento a que se deseja  dar destaque, ou que se julga importante:
Por mais de mil se ajuntaram, ali na baixa vertente, fervença de tanta gente: –
“Rendam armas, companheiros! Vamos derribar esse Boi!”
Alvoroçou, aquilo, aos altos. Se engrossou com mais milheiro, e dúzia e grosa e
milhão. Mundo que gente pariu. Várias presenças e praças, sortida regra e nação.


As questões
Na novela “Uma história de amor” (Festa de Manuelzão), de Guimarães Rosa, o enredo, entendido como o encadeamento de ações, é praticamente anulado. Já que a ênfase não está propriamente no enredo, aponte e analise dois recursos da
narrativa, os quais, ao aparecer em destaque no texto, privilegiam uma narração pouco convencional.

 AS PERSONAGENS de UMA ESTÓRIA DE AMOR
Em Uma Estória de Amor, a personagem principal é Manuelzão, vaqueiro de mais de sessenta anos, que tem a sua trajetória lentamente reconstituída em meio à festa que oferece para a “inauguração” da capela. Seu perfil marca-se pela dedicação ao trabalho de vaqueiro e de  administrador da Samarra: “Ele Manuelzão nunca respirara de lado, nunca refugara de sua  obrigação. Todo prazer era vergonhoso, na mocidade de seu tempo” Ao longo da narrativa,  porém, percebe-se uma necessidade do protagonista por reconhecimento e admiração, como  sendo homem de valor: “Ah, todo o mundo, no longe do redor, iam ficar sabendo quem era  ele, Manuelzão, falariam depois com respeito.”
Ao contrário de Campo Geral, o universo de Uma Estória de Amor é muito grande. Muitas  pessoas povoam a narrativa. Adelço: filho de Manuelzão com “um caso rápido”, era um “rapagão cabeludo, escurado, às  vezes feio até, quando meio zarolho remirava, com Manuelzão nada se parecia. A mãe  morrera pontual, Manuelzão não se lembrava do nome dela.” Não contava com a simpatia do  pai: “Carecia de um filho, prosseguinte. Um que levasse tudo levantado, sem deixar o mato  rebrotar. Não o Adelço — ele sabia que o Adelço não tinha esse valor. Doía, de se conhecer:  que tinha um filho, e não tinha. Mas esse Adelço saíra triste ao avô, ao pai dele Manuelzão,  que lavrava rude mas só de olhos no chão, debaixo do mando dos outros, relambendo sempre  seu pedacinho de pobreza, privo de réstia de ambição de vontade. Desgosto... Como ter um  remédio que curasse um erro, mudasse a natureza das pessoas?” Visto como mesquinho e  maldoso, era “um homem aguardando para ser ruim”. Tinha muita afeição (apenas) pelos  filhos e, principalmente, pela esposa, de quem não gostava de se separar, contrariando o que  era normal para o seu povo, já que não ter lua de mel é, para um vaqueiro, motivo de orgulho,  um sinal de que se trabalha arduamente: “Por conta disso, para não se separar da Leonísia (...)  não se oferecera insistido para chefiar a comitiva da boiada — deixara que a ele mesmo,  Manuelzão, competisse aquela ida. O Adelço tinha-se feito peso-mole de melhor não ir: pois  queria era ficar, encostelado, aproveitando os gostos de marido, o constante da mulher, o  bebível, em casa com cama.”
Leonísia: esposa de Adelço, era linda e formosa. Ao contrário do marido, era “boa, uma sinhá   de exata, só senhora. Aquela tinha um sinal de um sabido anjo-da-guarda — pelo convívio que  ela encorajava, gerência de companhia.” Até mesmo a mãe de Manuelzão, criatura tão  estimada por ele, reconheceu seu caráter: “Sobre Leonísia, ela redisse: — ‘Esta procede  produzindo de si, certa no esquecível e no lembrável...’-; e não dosou o bem querer, que era  para uma neta, para uma filha.” Durante a festa, ela ficou sendo a “dona-de-casa”. Dona Quilina: mãe de Manuelzão, já falecida desde o início da narrativa. Foi por ela que o filho  mandou construir a capela.
Seo Camilo: velho, com mais de oitenta anos, era pobre e vivia de esmolas. “À vista, não se  percebia fosse tão idoso. (...) Seria talvez de todas as criaturas dali o mais branco, e o de mais  apuradas feições, talvez mesmo mais que Manuelzão.” Era uma criatura boa e humilde tal qual  a mãe de Manuelzão. Ganha importância ao fim da narrativa ao contar a história do “Boi Bonito”.
Joana Xaviel: a contadora de histórias da festa. Não tinha morada fixa, “morava desperdida,  por aí, ora numa ora noutra chapada”. Demonstrava grande entusiasmo ao contar suas  histórias.
Federico Freyre: dono da Samarra, chefe de Manuelzão. Não pôde ir à festa e mandou para o  seu organizador uma carta se desculpando, o que fez a estima do vaqueiro por ele aumentar ainda mais.
Frei Petroaldo: padre que fora chamado para benzer a capela, celebrar a missa e batizar e  crismar o povo da Samarra. “Estrangeiro, alimpado e louro, com polainas e culotes debaixo do  guarda-pó, com o cálice e os paramentos nos alforjes.”Promitivo: ajudante de Manuelzão, muito querido por este. Alegre, era muito parecido, na  opinião de Manuelzão, com Leonísia, “um o retrato da outra. Porém ele era “valdevinos, no  tanto que ela era trabalhadeira”. Ajudara Manuelzão a montar a festa.
José de Deus: mulato surdo-mudo que foi assim apelidado por não saberem qual era o seu  nome.
João Urúgem: eremita que fora viver no “pé-de-serra” após ser acusado de furto. Guardava  raiva da população de todo o baixio “por conta do falso que contra ele tinham em outro tempo  acusado”. Urúgem acreditava que Manuelzão fosse castigar todos que viviam por lá em seu  nome. Vivia em uma choupana em meio a árvores e moitas e “fedia a mijo de cavalo”. Saiu de  sua morada apenas para ir à festa.
Seo Vevelho: “sitieiro abastado” conhecido de Simião Faço e Jenuário, era “tocador de  música” e foi com seus filhos, os quais exerciam esse mesmo ofício, tocar na festa de  Manuelzão.

Chico Bràabóz: “o preto da rabeca”. Com feições de mouro e nariz pontudo, Chico gostava de  beber e tinha muita memória para músicas, danças e cantigas: “Chico Bràabóz, preto cores  pretas, mas com feições. Ô homem da pólvora quente! Se chegava, animante, simples social, o  mundo inteiro pregado na ponta de seu nariz. (...) Já estava meio chumbado, bebeu mais do  que o copo manda. Chico Bràabóz tocava rabeca, sua rabeca sarafina escura, como de um  preto zinco, de folhão”. Falava tudo em versos: “Meu repertório, eu tenho ele no cocoricó...”
Acizilino: velho companheiro de Manuelzão; haviam trabalhado juntos na juventude, mas  agora aquele era empregado deste. Manuelzão o descreve como sendo tão trabalhador  quanto ele: “Acizilino, depois do casamento, podia ter tomado de folga, de gala, de repouso;  se tanto, se duvidar, uns dias. Mas fez questão de sair com a gente, ele casou num sábado e se  saiu na segunda (...) por fora de uns mais de quarenta e cinco dias, ida e volta só.”
Pruxe: violeiro que animou a festa de Manuelzão.
Maçarico: sobrinho de Pruxe, era “o maior dançador”.
João Orminiano e Queixo-de-Boi: dois vaqueiros de Federico Freyre em outra fazenda, a  Santa-Lua. Trouxeram para o dono da festa recados do patrão, o qual se desculpava em uma  carta por não ter podido ir à festança. Ambos acabaram ficando para a festa que, apesar de  estar no final, ainda estava animada.
Seo Lindorífico: “valioso fazendeiro, mas homem amigo, sensível no sentimental”. Muito educado, era “homem de gestos”, admirado por todos por sua fineza.


( Material retirado de artigos sobre a obra disponíveis na internet)