quinta-feira, 16 de julho de 2015

Redação Modelo Amizade

Aprendendo com a raposa

Da máxima Camoniana de que as vontades se modificam junto aos tempos à sociedade líquida proposta pelo sociólogo Bauman, os laços humanos tornaram-se fragilizados. O homem, passou então a cultivar valores subjugados à materialidade e seus relacionamentos se desfaz de princípios altruístas e do conceito de cativar.
A perspectiva de competição e consumo, nos tempos hodiernos, se sobrepõem à necessidade de manter com o outro um vínculo sólido e verdadeiro. Nesse sentido, perpassando por ações de corruptos e corruptores ao apego a “smartphones” e amizades construídas e desfeitas virtualmente, a humanidade cega o seu olhar para o outro e “coisifica” sua vida e relações. Dessa maneira, os laços altruísticos cederam lugar à indiferença.
Ademais, vive-se tempos efêmeros. Alicerçado nessa lógica, o homem atribui preço às horas, desfalece os rituais de afetividade, trata as pessoas como bens de consumo e se prende às suas inseguranças ao fazer da interpessoalidade algo volúvel. Assim, o ideal de cativar presente na obra O Pequeno Príncipe dilui-se no imediatismo e descartabilidade dos vínculos hodiernos.
De forma análoga ao livro de Saint-Exupéry, a humanidade, despida de valores, carece de raposas que resgatem a essência dos relacionamentos. Portanto, faz-se necessário ir além dos princípios ideológicos e promover, em âmbitos que vão desde o familiar às relações profissionais, momentos que fortaleçam as interações e permitam que o ato de cativar não se perca em meio à liquidez.
Anne Dias 

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