Treinamento

Treinamento da aula de Quinhentismo:

Importância:


Estudar Quinhentismo ou a literatura que se produziu nos primeiros momentos da descoberta do Brasil é importante principalmente porque quando discutimos identidade (UESC – Juca Pirama e UFBA – Macunaíma e Quarup e UESB - A Invenção de Orfeu) devemos nos lembrar dos primeiros traços produzidos pelos viajantes que vieram às nossas terras.



Não deixe de estudar o contexto histórico – uma boa opção é assistir ao documentário do filme Caramuru.

Lembre-se que o nosso jeito de ser, a temática do índio e do elogio à nossa terra poucas vezes desapareceram do cenário nacional.
Texto I

A CARTA DE CAMINHA

Carta ao Rei de portugal

Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis

Com cabelos mui pretos pelas espáduas

E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas

Que de nós as muito bem olharmos

Não tínhamos nenhuma vergonha

(Pero Vaz de Caminha)



Texto II

AS MENINAS DA GARE

Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis

Com cabelos mui pretos pelas espáduas

E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas

Que nós a muito bem olharmos

Não tínhamos nenhuma vergonha.

(Oswald Andrade – Poesia Pau-Brasil)



1. Assinale a alternativa que melhor explique as semelhanças e/ou diferenças entre os textos.

01. Os textos são iguais, portanto não é possível estabelecer distinção ente eles.

02. Os textos guardam diferenças tênues percebidas pelo título. O primeiro é dirigido ao rei de Portugal e o segundo para as meninas da gare.

03. Os textos apresentam visões de mulheres brasileiras em tempos distintos. No primeiro são as inocentes índias no segundo as prostitutas da estação de trem.

04.. São diferentes porque foram escritos por pessoas diferentes.

05. Oswald usa o texto de Pero Vaz para criticar a visão que os portugueses tiveram da mulher brasileira.



Leia o texto:



"O Brasil surge e se edifica a si mesmo, mas não em razão do desígnio de seus colonizadores. Eles só nos queriam como feitoria lucrativa. Contrariando as suas expectativas, nos erguemos imprudentes, inesperadamente, como um novo povo, distinto de quantos haja, deles inclusive, na busca de nosso ser e de nosso destino. (...) Somos um povo novo, vale dizer um gênero singular de gente marcada por nossas matrizes, mas diferente de todas, sem caminho de retorno a qualquer delas. Esta singularidade nos condena a nos inventarmos a nós mesmos, uma vez que já não somos indígenas, nem transplantes ultramarinos de Portugal ou da África." (Ribeiro, Darcy. O Brasil como problema.1995.)

2. Sobre o texto e a Carta de Caminha é correto afirmar que o ponto de vista apresentado é antagônico ou idêntico ao texto de Pero Vaz. Justifique.

RESPOSTA EM APROXIMADAMENTE 09 LINHAS





Leia os textos do livro Mensagem de Fernando Pessoa:



II. HORIZONTE

Ó mar anterior a nós, teus medos

Tinham coral e praias e arvoredos.

Desvendadas a noite e a cerração,

As tormentas passadas e o mistério,

Abria em flor o Longe, e o Sul sidério1

'Splendia2 sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa-

Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta

Em árvores onde o Longe nada tinha;

Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:

E, no desembarcar, há aves, flores,

Onde era só, de longe a abstrata linha.



O sonho é ver as formas invisíveis

Da distância imprecisa, e, com sensíveis

Movimentos da esp'rança e da vontade,

Buscar na linha fria do horizonte

A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -

Os beijos merecidos da Verdade.

1 - sideral , celeste

2 - splendia - do verbo esplender, o mesmo que resplandecer, brilhar.





X. MAR PORTUGUÊS

Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!



Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.



Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.



3. Sobre os textos assinale a(s) alternativa(s) incorreta(s):

01. Pessoa refere-se no texto I ao fato de o mar, antes dos portugueses estar cercado de mitos criados pelo homem medieval. E diz que o que antes era projeto tornou-se realidade. Então a conquista se realiza ampliando-se os horizontes da pátria.

02. Para Fernando Pessoa não foi importante a capacidade dos portugueses de transformar "as formas invisíveis" "as distâncias imprecisas" em Verdade.

04. Um dos mais conhecidos poemas do livro Mensagem retrata os sacrifícios feitos pelo povo português para que o mar pudesse ser do seu povo. Em sua reflexão o autor responde ao grande questionamento "valeu a pena?".

08. Passar além do bojador é ultrapassar o cabo que por muito tempo foi o limite entre o que se conhecia e desconhecia do mar. Assim, passar além do bojador é ultrapassar o inatingível e para isso é necessário ter em mente o quanto é difícil: “tem que passar além da dor”.

16. Depois da glória veio a derrota portuguesa e esse texto vai marcar essas perdas. O mar agora é de todos e o reconhecimento de quem o possuiu já não existe.



4. . Com base no texto Mensagem e nos conhecimentos sobre o tema, a frase Tudo vale a pena quando a alma não é pequena remete a:



01. Se o objetivo é a grandeza da pátria, não importam os sacrifícios impostos a todos.

02. Quando o resultado eleva a pátria, os meios justificam a finalidade almejada.

04. Todas as pessoas têm valores próprios, por isso a guerra é defendida pelos governantes.

08. O sacrifício é compensador mesmo que alguns tenham que doar suas vidas por uma causa maior.

16. Tudo vale a pena quando temos o que almejamos e isso não implique enfrentamento de perigos.





PAÍS DO OURO

Todos têm remédio de vida

E nenhum pobre anda pelas portas

A mendigar como nestes Reinos.



5. Sobre o texto acima pertencente a Oswald Andrade pode-se afirmar:

01. Apresenta uma visão xenófoba do Brasil.

02. Tem caráter depreciador da forma governamental da época.

04. Exalta o modo de vida nas terras brasileiras.

08. É uma visão modernista de uma Brasil que não foi valorizado.

16. Critica o modo de vida presente na Europa.







6. Sobre seus conhecimentos de Quinhentismo e a charge acima apresente uma reflexão baseada na seguinte afirmação:

“Não existe cultura inferior.”







Que tens, guerreiro? Que temor te assalta / No passo horrendo?

Honra das tabas que nascer te viram,/ Folga morrendo. / Folga morrendo;

porque além dos Andes / Revive o forte, / Que soube ufano contrastar os medos / Da fria morte.



7. É correto afirmar que o valor apresentado acima difere do nosso modelo social? Justifique.

8. Considerando seus conhecimentos sobre o Quinhentismo, a charge:

a. reitera o conceito de que somos uma povo hospitaleiro.

b. demonstra uma visão diferente da que apresentou os viajantes que sobre o Brasil, já que se trata dos americanos, colônia como éramos.

c. crítica a falta de uso correto da língua pelos estrangeiros.

d. retifica a imagem de um país cordial;

e. condena a forma como recebemos, na nação, líderes estrangeiros.









Observe o quadro:






9. Sobre o quadro de Vítor Meireles e seus conhecimentos de Quinhentismo assinale as alternativas verdadeiras:



01. Na obra, Vítor Meireles eternizara a versão histórica oficial da descoberta do Brasil como um ato heróico e pacífico, celebrado em ecumenismo por colonizadores e indígenas.

02. A obra representa a missa celebrada pelo frei Henrique Soares de Coimbra em Porto Seguro (BA) em 26 de abril de 1500, domingo de Páscoa, quatro dias depois do desembarque dos portugueses no Brasil. Mas é uma versão que apresenta os portugueses como destruidores da cultura indígena.

04.O quadro não apresenta com clareza o papel da Igreja na colonização portuguesa.

08. Para pintar A Primeira Missa no Brasil, o pintor apoiou-se no conteúdo da carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal. Uma de suas preocupações foi enaltecer a convivência supostamente pacífica entre brancos e índios.

16.. Construindo uma imagem que representava exatamente como os conquistadores supunham ter sido a chegada na terra descoberta , o artista recriou uma cena cotidiana na qual estão expressos valores e poder, tendo a cruz e o altar como centro, os conquistadores dominando o espetáculo e os índios como espectadores daquele momento histórico.



10. Assinale a alternativa correta em relação ao poema de Oswald de Andrade e ao primeiro tempo do modernismo brasileiro.



Sallubridade

O ser ella tam salutífera e livre de enfermidades

Procede dos ventos que cruzam nella

E como todos procedem da parte do mar

Vem tam puros e coados

Que nam somente nam danam

Mas recream e acerescentam a vida do homem



a. Coerente com as idéias apresentadas no manifesto pau-brasil, Oswald de Andrade defende, em “Sallubridade“, a imagem de um Brasil paradisíaco.

b. O emprego no poema de uma grafia desatualizada pode ser considerado paródia dos textos parnasianos.

c. Ainda que se afaste do Romantismo no que diz respeito ao sentimentalismo amoroso, a primeira geração modernista retoma o otimismo romântico na descrição da paisagem e da cultura nacional.

d. O teor crítico e cético dos autores pré-modernistas, que abordaram aspectos questionáveis ou francamente negativos da cultura e da história nacional, foi abandonado pelos modernistas de 22, que se caracterizaram por um senso de humor mais agudo.

e. A paródia de textos coloniais, a reapresentação – aparentemente acrítica, mas profundamente irônica - de interpretações idealizadas da história, da paisagem e da cultura nacional são marcas de “Salubridade“ que se relacionam com características dominantes na primeira fase do modernismo brasileiro.



11. O trecho do poema “ I-juca pirama” refere-se ao momento em que o filho guerreiro volta para a sua tribo e se encontra com seu pai após ter pedido ao líder da tribo inimiga, pela qual havia sido capturado, que o poupasse da morte para que pudesse cuidar de seu pai amado, muito velho, até este morrer. Pensando nos valores defendidos pelo Indianismo romântico no Brasil, pode-se dizer que a reação do pai ocorre porque o filho:

01) considerou-o um velho incapaz, evidenciando que não o amava de forma digna.

02) demonstrou fraqueza diante da morte, o que representava falta de dignidade.

03) usou-o como desculpa para escapar da morte, ou seja, não possuía nobreza de sentimento.

04) havia sido capturado pelos inimigos, tornando-se incapaz de continuar a ser um guerreiro.

05) era, na verdade, descendente de outra tribo, o que o tornava impuro para conviver entre eles.



12. Pode-se afirmar que noções como “fraqueza”, “não dignidade”, “falta de nobreza”, “impureza” são renegadas na poética romântica indianista no Brasil. Isso ocorreu devido:

01) à necessidade de se desenvolver e moldar o sentimento de nacionalismo no Brasil da época, que acabava de se tornar independente.

02) à tentativa de compensar os índios mortos pelos primeiros colonizadores europeus, resgatando seus valores primitivos.

03) ao fato de os escritores da época se oporem à corrente do “mal do século”, com seu sofrimento amoroso e culto à idealização.

04) ao desejo de se igualar as principais raças do Brasil da época: portugueses (nobreza), negros (força) e índios (dignidade guerreira).

05) ao esforço de se criar um movimento literário forte, que anulasse os escritores árcades, com suas tentativas fracassadas de independência.



Leia o texto:

No caminho, com Maiakovski

Na primeira noite

Eles se aproximam

E colhem uma flor de nosso jardim.

E não dizemos nada.

Na segunda noite,

Já não se escondem:

Pisam as flores,

Matam nosso cão,

E não dizemos nada.

Até que um dia

O mais frágil deles

Entra sozinho em nossa casa,

Rouba-nos a lua e

Conhecendo nosso medo,

Arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,

Já não podemos dizer nada.

(Eduardo Alves da Costa)

13. A idéia central contida na simbologia do poema pode

ser formulada da seguinte maneira:

A) Deixar de intervir no tempo oportuno pode gerar prejuízos para o equilíbrio ecológico.

B) A tolerância demasiada pode converter em tiranos aqueles que desrespeitam nossos direitos.

C) Ou se fala no tempo certo e no momento oportuno ou a única solução desejável é silenciar para sempre.

D) Mais importante do que preservar a natureza é garantir, na vida, a possibilidade de falar.

E) Boa estratégia para reagir a situações adversas é protelar as decisões, conforme a seqüência das dificuldades.





14. Assinale a alternativa que faz uma real correspondência entre o texto e a imagem:





01. “Também eu, valente que sou, já amarrei e matei vossos maiores”.

02. “O prisioneiro, apesar de não ignorar que a assembléia se reúne para seu sacrifício, longe de mostrar-se pesaroso, enfeitava-se todo de penas e salta e bebia como um dos mais alegres convivas.”

03. “era ele agarrado por dois ou três dos personagens mais importantes do bando e sem que opusesse a menor resistência, era amarrado pela cintura com cordas de algodão ou de fibra de árvore.”

04. “os prisioneiros julgavam-se felizes por morrerem assim, publicamente, no meio de seus inimigos, não revelando nunca o mínimo pesar.”

05. “Começava o prisioneiro a atirar projéteis com todas as suas forças contra os que ali se reuniam em torno dele.”





ATENÇÃO : As questões propostas foram adaptadas ou copiadas dos principais processos seletivos do país. No domingo disponibilizaremos o gabarito. em http://www.euqueropassar.com.br/